Um tempo ausente deste meu lugar
Estive um tempo ausente deste meu lugar, mas por uma boa causa.
Esta época do ano, entre o fim de maio até ao fim de julho, são os meses mais intensos lá na escola de dança. É a época em que se mostra à comunidade o que andamos por lá a fazer, e nós, na nossa escola, somos suficientemente malucos para programarmos muitos momentos desses. Proporcionar momentos de espetáculo e apresentações aos nossos alunos e pais é muito trabalhoso e exige de nós, equipa toda, uma grande dedicação e amor pelo que se faz, e depois vale a pena. Vemos os nossos alunos crescer de dia para dia, vemos a transformação de crianças em jovens, em adultos e em artistas completos e talentosos, que não só dançam como criam. Vemos a felicidade estampada nos seus rostos e movimentos. Por tudo isto, vale a pena. Vale a pena influenciar estas pessoas, vale a pena ajudar os pais a criarem filhos sensíveis à arte e com ferramentas para poderem exercer o seu poder criativo. Mesmo que não venham a fazer da dança ou da arte profissão, terão sempre um pouco de artistas no coração e nas atitudes e isso poderá torná-los mais sábios, mais sensíveis, mais exigentes, mais completos.
Outro motivo pelo qual adoro o meu trabalho e sei que vale a pena este esforço na recta final de cada ano letivo, é porque é por esta altura que a relação que crio com os meus alunos, e a relação deles uns com os outros, tem a oportunidade de se estreitar. Estar com eles fora do contexto de sala de aula é muito importante para poder sair um pouco do papel de professora exigente. Sim, sou muitas vezes exigente, dou muitos sermões, às vezes até eu me canso de mim mesma, mas é tudo por amor. Porque depois da tempestade também sou coração mole, mãe, conselheira e amiga. E é quando temos de sair, para concursos, apresentações ou estágios, que surge esta oportunidade de criar e aprofundar relacionamento, deles uns com os outros e de nós com eles.


É também nesta altura que falho mais no meu compromisso de reduzir o desperdício. O corre corre de um lado para o outro, sem tempo para preparar almoços e jantares, com horários de ensaios muito exigentes e por vezes imprevisíveis, muitas vezes trabalhando semanas seguidas sem folgas, faz com que me torne menos cuidadosa e mais poluidora e isso deixa-me um tanto ou quanto decepcionada comigo própria. Este ano falhei bastante, por esse motivo decidi escrever este post para me ajudar a comprometer e para me obrigar a ser mais organizada e a fazer uma gestão mais cuidada, da próxima vez. E sim, acredito que, apesar do trabalho exigente e intenso, se quisermos mesmo, conseguimos ultrapassar as dificuldades de gestão de desperdício. Com um pouco mais de previsão e planeamento hei de conseguir poluir menos, mesmo em fazes complicadas da minha vida.
Fica aqui, então, o compromisso de fazer uma melhor gestão desta época do ano no próximo ano letivo.





